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Uma gigante de um metro e meio

 

O simples fato de ter sua carta de recomendação escrita por um criativo já diz muito sobre a Bárbara.

Em um ambiente em que divergências entre criação e atendimento são comuns, ela consegue ser admirada por ambos.

Trabalhamos juntos tempos atrás, quando ela chegou para reforçar o atendimento da equipe em que eu era o Diretor de Criação.

Já nas primeiras semanas era fácil perceber que ela não estava ali a passeio.

Todos os dias, Bárbara compensava sua pouca experiência com aquela vontade que só quem nasceu para ir longe tem.

Ela tinha um brilho no olhar e uma faca nos dentes.

E vocês podem imaginar o quanto significa para uma agência ter alguém assim brigando por suas ideias.

Mês a mês era fácil perceber sua evolução.

Nos briefings.

Nas opiniões.

Na interface com os clientes.

E em uma maturidade profissional que contrastava com sua pouca idade.

Bárbara era gigante mesmo tendo pouco mais de um metro e meio.

Característica, aliás, que pouco tempo depois eu passei a lamentar muito. Afinal, ela logo chamou atenção da agência e foi promovida para um cargo superior em outra conta.

Pena.

Puta pena.

Se ela fosse uma atendimento nota 9 em vez de nota 10, talvez tivesse me ajudado por mais tempo.

Mas fazer menos nunca foi uma opção para ela.

 

 

Astério Segundo

Diretor de Criação

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